segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cordel da Chapéu

Um dia sua mãe lhe disse:
- Chapeuzinho vá deixar
Um bolo pra sua avó
Que acabei de confeitar
Mas tenha muito cuidado
Pra na mata não entrar.


A menina pega o bolo
E sai cantando feliz
A princípio ela fez tudo
De acordo como a mãe quis
Mas vendo uma borboleta
Fez algo que não condiz…



Chapeuzinho corre atrás
Da borboleta azulada
E se afasta do caminho
Da sua rota traçada.
Com pouco tempo a menina
Tava na mata fechada.

Nesse momento ela viu
No meio do matagal
Um vulto muito assombroso
Era um lobo colossal
Porém Chapeuzinho achou
Ser ele um manso animal.



O lobo fingindo ser
Criatura bem mansinha
Aproximou-se dizendo:
- O que faz aqui sozinha?
Ela disse: – Vou deixar
Um bolo pra vovozinha.



O lobo ficou pensando:
- Bolo eu não vou querer
Mas você e sua avó
Vou devorar com prazer
Pois faz tempo que estou
Sem nada para comer.


- Como é que você faz
Para entrar na casa dela?
A menina diz: – É simples
Fica a chave na janela
Pois é pra quando eu ir lá
Não precisar chamar ela.

Responde o lobo dizendo:
- Vá pra junto de sua avó
Porque a casinha dela
Fica lá num cafundó
E quem vive assim distante
Não gosta de ficar só.



Depois disso o lobo pegou
Um atalho no caminho
E chegou logo na casa
Da vovó da Chapeuzinho
E entrou nela falando
Como a menina, mansinho.



A vovó acreditou
Ser da sua neta a voz
Porém quem entrou no quarto
Foi o tal lobo feroz
Que logo engoliu a velha
Com uma fome muito atroz.

Depois o lobo deitou-se
Na cama ainda quentinha.
Pois ouviu que ia chegando
A inocente netinha
Que gritava do terreiro:
- Cheguei linda vovozinha!
O lobo estava na cama
Em um lençol enrolado
Pra agradar a menina
Ficou quieto e camuflado
E foi dizendo bem alto:
- Filha estou com resfriado!



Respondeu a Chapeuzinho:
- A senhora está mudada.
As orelhas tão compridas
E a voz embaraçada
Me diga o porque, vovó?
Pois já não entendo nada…



Minhas orelhas compridas
São para melhor te ouvir.
Venha pra perto de mim
Porque não posso sair
E devido estar doente
Se eu levantar vou cair.



A Chapeuzinho responde
Já com voz estremecida:
- Pra que essa boca tão grande
Com dentes bem guarnecida?
Me diga por caridade,
Vozinha da minha vida!

O lobo disse: – Menina
É para te devorar!
E engoliu a coitada
Com pressa e sem mastigar
Do jeito como ele fez
Com a vovó dela ao chegar.

Mas o lobo não sabia
Que um caçador valente
Andava no seu encalço
E chegou lá, felizmente
Bem no exato momento
Que ele comeu a inocente.

O caçador fere o lobo
Ali, com um tiro mortal
E com sua faca abre
A barriga do animal
E tira a avó e a menina
Inda com vida, afinal.

FIM

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